quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mormaço – O Multiverso do Poeta


Mormaço – O Multiverso do Poeta


Quanto tempo dura o eterno?, indagou Alice ao Coelho, que de pronto respondeu: às vezes apenas um segundo. Quem leu sobre o País das Maravilhas já deve ter tido vontade de achar uma toca como a do coelho branco, com acesso para múltiplas realidades.


Fazia muitos anos que eu não recebia o amigo e jornalista Alex Medeiros em minha casa, no meu atelier. Nos conhecemos em 1972, quando ainda ginasianos criávamos historietas de ficção, com meus primeiros desenhos ilustrando os primeiros rabiscos dele.


Adultos, nos reencontramos e fizemos dupla de criação na publicidade e em trabalhos fortuitos de cunho literário. Sua imaginação poética sempre foi perfeita para se inserir em quadros que pintei, e vice-versa. Nos anos 80 ganhou as ruas em outdoor o micropoema “Quem Ana, Não Marta”. Ilustrei com flores despetaladas.


Aí, como eu dizia, meu amigo apareceu pedindo para que eu concebesse em tela uma viagem abstracionista que ele tem com uma casa, na verdade um bar, onde quase todas as noites ele abastece a alma e alimenta sonhos. E não só é assíduo, como coleciona imagens de casas parecidas espalhadas pelo planeta. Há o seu bar em cada continente, às vezes em outras dimensões.


Não pude deixar de relacionar as muitas imagens do Bar Mormaço, criadas na mente fértil do meu amigo poeta, com o mundo de Alice, naquela pergunta sobre onde ficaria a saída, ao que o gato diz que depende de para onde ela quer ir. Alex vê múltiplos Mormaços, mas seu destino é sempre o mesmo, o do mundo real, o recanto que ele pensa só dele.


Aí surgiu o quadro “Mormaço – O Multiverso do Poeta”, este acrílico sobre tela que resultou em mais um trabalho ao estilo “abstrato” que os leitores do meu blog e das minhas redes estão acostumados a ver. É o barzinho de Alex em muitas versões, ligados pelas pinceladas e distribuídos nos mundos da imaginação dele.


Concebi buscando fazer a leitura da sua viagem, vendo o poeta em uma nave de paixão avançando no espaço tridimensional e atemporal. É a questão metafórica de Alice, vendo mundos de cabeça para baixo e achando que atravessará a Terra inteira como passageira de um mesmo cenário.


Há um pensamento científico sugerindo que se o mundo é visto através de abstrações, é assim que os historiadores constroem o passado. Na abstração poética do meu amigo, ele parece atirar sua vida no tempo-espaço, construindo uma realidade amorosa entre o presente e o futuro. As cores são esses vastos mundos, essas realidades paralelas em que se insere o bar, onde palpita o coração do poeta.


Um coração como aquele que Clarice Lispector ofereceu em rifa: idealista, como poucos, à moda antiga, moleque, usado, machucado, mas que sempre teimou em sonhar e cultivar ilusões. Assino embaixo a tela como que atestando a saúde intelectual do amigo e carimbando sua viagem a bordo do bar que é a sua toca.


Carlos Soares, 19/07/2016

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Uma incursão pelas cores de Carlos Soares

Carlos Soares | Praia De Ponta Negra | Acrílico Aquarelada Sobre Tela | 52 x 36 cm
O Rio Grande do Norte sempre foi povoado de artistas plástico de boa qualidade e muita criatividade. Formas e cores dão o tom nos mais belos trabalhos. Um destes singulares artista, que encanta pela sutileza de suas obras, é o artista plástico potiguar Carlos Soares, que há mais de 35 anos atua como artista plástico, publicitário e designer gráfico.
Com formação no curso de Desenho Técnico Mecânico pelo SENAI em 1981 em Natal, Carlos Soares começou suas andanças pelo mundo da pintura usando a técnica de bico de pena, produzindo a série “Cangaceiros”, que contou com uma série de 35 desenhos, de 50 x 70 cm.
Com a passar dos anos e o amadurecimento de seu trabalho, Carlos Soares passou a usar a técnica da aquarela e o pastel sobre papel. Foi quando surgiu sua fase Surrealista, onde o artista faz uma verdadeiras viagens inusitadas.

Carlos Soares | Napoleão | Acrílico Sobre Tela | 271 x 231 cm
Foi justamente nesta época que ganhou muitos prêmios, como prêmio FIERN de Artes Plásticas de 1983, onde foi primeiro lugar, com o quadro “Cavaleiros do Apocalipse”, segundo lugar no prêmio de pintura Newton Navarro, também em 1983, com o trabalho intitulado “Frigidez”, terceiro lugar no II Salão de Artes Plásticas do SESC em 1987 e primeiro lugar no prêmio de pintura Governador do Estado em 1992, com o quadro “Ecologia”, medindo 1,5 x 1,5 m.
Como todo grande artista do seu gabarito, Carlos Soares participou de mais de 400 exposições, individuais como coletivas, no estado do Rio Grande do Norte como pelo Brasil e exterior, dentre elas como artista convidado pela FASM no I Salão Nacional de Aquarela, em São Paulo, como também uma exposição individual realizada no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista em 1988.
Carlos Soares | Última Ceia | Acrílico Sobre Tela | 180 x 90 cm

Atualmente o artista plástico trabalha com Acrílico sobre tela, enfocando a pintura Abstrata.
As obras de Carlos Soares são encontradas em lojas de decoração e galeria de artes.

Fragmento De Cores Sobre Papel.

Carlos Soares | Cidade Ribeirinha | Acrílico Sobre Tela | 200 x 100 cm
Uma viagem inusitada sobre as cores do artista plástico Carlos Soares. Cores vivas, vibrantes que intoxicam qualquer ser humano ao observar o seu trabalho de arte. Fragmento de cores sobre cores.
Fragmentos, cores e papel, acompanha o trabalho solitário desse artesão da arte. Arte essa que aproxima as pessoas em eterno observador do mundo do artista.
O trabalho do artista plástico Carlos Soares é fazer com a arte encante o seu observador, aproxima e viagens para dentro do mundo do artista. Esse mundo solitário das cores. Fragmento de cores sobre papel. Vermelho, amarelo, azul e preto no branco, cores primárias, secundárias formando entre si um aspectro, um arco-iris, iris* desse olhar do artista artesão. Que são artes.
Carlos Soares | Ribeirinha | Acrílico Sobre Tela | 200 x 100 cm

Arte de fazer arte. O fazer da arte fragmentada. De Fragmentos do inconsciente. *Íris era a personificação do arco-íris e mensageira dos deuses. Fragmento de cores sobre papel. Papel sobre cores, cores sobre papel, cores fragmentadas em artes. Fragmento de arte sobre papel.
Não é fácil para o artista plástico, enfrentar a brancura total de um espaço em branco, chamado de tela. O desafio dessa luta incansável de todos os dia, fragmenta um espaço branco na mente do artesão lutador. Pincéis, tintas, cores, cores nos pincéis são as armas do artista lutador para enfrentar o monstro branco.
Carlos Soares | Jarros Com Flores | Acrílico Sobre Tela | 200 x 100 cm

O branco preto no meio de cores vivas, do vermelho carne sangue sendo fragmentados que aos poucos deixa de ser um monstro branco para se tornar uma obra de arte. Arte sobre papel colorido.
O artista tenta mais uma vez vencer o bloqueio mental, para satisfazer um pequeno grupo de espectadores apaixonados por obras de artes. Arte que aproxima o artista da loucura. Mais uma vez VENCI, venci o monstro branco. Fragmento de cores sobre papel.
Carlos Soares – Artista Plástico, Natal/RN – 2015

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